InTempestade

InTempestade - @ManayDeo o Poeta Publicitário
Inspirado nas tempestades de ideias que penso e também sou


As águas que me atraVersam movem os moinhos criativos de minhas multiplas existências. Esses seres - que todos somos - por serem plurais em gênero, número, carne, mente, coração e espirito, são também múltiplos seus sentimentos de amores líquidos , bem como suas suadas ações concretas. Somados, esses seres que somos todo, são ingredientes que argamassam a construção coletiva e politica desses meus seres que formam eu e os outros eu. 

Coube aqui, nessa performance poética audiovisual, mergulhar num vasilhame alguns mililitros de uma dessas minhas personalidades acumuladas. Em decantamentos, encantos e desencantos,  exibo uma aglutinação que desencadeada por uma visão crítica dos problemas sociais das enchentes. Foi por ler numa matéria de jornal, a revolta popular de um bairro paulistano que sempre em época de chuvas, sempre volta a sofrer com a inundação de seus lares.

Por assim dizer, essa foi a reação necessária para a tempestade se formar:

- O céu caiu sem limites.

A passagem continua desse líquido ideário, além de hidratar a substância dos meus conteúdos, gera energia como se fosse uma usina hidro imagética, abastecendo meus pensamentos, imaginação e ações.


***

Abro a janela do quarto. É tarde, mas não para ter o céu turvo a esta hora do dia. Um raio fulgura no espaço esparsos que se horizonta a minha frente:

- Vem chuva vindo ai. Casamento de viúva? União estável de espanhóis? Os caracóis irão brotar da terra e se refrescar do sol lancinante que sorriu de luz e radiação nessa última semana.

O tempo que se forma em nuvens é trêmulo e puro. Se aviva a minha face por querer que as chuva me cai na face por inteiro, e não como num incomodo de uma goteira. No quintal de caquinhos vermelhos, brinco de esquiva dos canivetes hídricos. Rutila meus olhos ao lembrar da infância.

A chuva seduz nossa memória a lembrar de doces momentos, mesmo que precise inventa-los para terem existido.

Vem o fim da aurora lavada se mergulhar na linha do horizonte. Ela é pressurosa em querer ir. Passou tempo demais nesse dia sendo cinza. Agora, se despede toda cor de rosa. Nem se cora de vergonha em trazer a noite e sua majestade. O tom de carmim se atenua a cada vez que some seus raios, até revelar as estrelas, o prateado da lua.

Cai chuva a noite também. Dormir ao som das gotas da janela acalma. Só me atormenta quem não pode provar este mesmo sabor, lá fora, na sarjeta das amarguras, largado ao azar do mundo e o tempo fechado para quem é apenas inquilino, mesmo sendo filho da cidade.

Amanhã o sol de Diógenes irá despontar lá no horizonte, mesmo diante de qualquer dedo questionador filosófico:

- Amor, não esquece de esvaziar sue barril se não a prefeitura multa por sermos foco de mosquito da Dengue.

A aurora  irá se iniciar, revelando os estragos e alegrias da noite tempestuosa. O sol aparecerá, doirando a fonte de minhas ideias, os tetos dos arranha-céus o amianto e o papelão molhado.
Se na selva de pedra que é São Paulo existisse prado, monte, céu e o mar então veria um manto belo de vivas cores:

- Convoque a rainha abelha. Tragam seu enxame para polinizar e adornar as flores. Apareceria até uma sorridente florista exibindo orgulhosa as rosas, os lírios, os girassóis e os ramalhetes todos, que entre verdores, iriamos ver brilhar.

Aqui é Sampa. Realidade concreta. E ainda por cima, insiste chover.

InTempestade - um poema audiovisual de @ManayDeo o Poeta Publicitário

- Aceita um copo d´agua?

- Este que está tomando é o valor total liquido das múltiplas pessoas que desaguam em mim.

O vasilhame é retornável ou descartável?


InTempestade


No nó encontro de barras de vento frios com ventos quentes,
que sopram de leste a oeste, que ascendem do Sul e descem do Norte,
que trazem o sal esforço dos setes mares,
vindo e circulando dos hemisférios do mundo,
forma-se o redemoinho arrasador do meu ser interno e humano:

- Este sou eu.

O sopro da vida presente, que me faz ser quem sou.
Entre os tantos eus que assumo ser,
este assopro constante que me forma
deforma ao mesmo tempo,
é o meu fôlego ar em movimento.

Soul me esta confusão de ventanias,
destruindo meu telhado de vidro,
para eu estar careca de saber,
que eu estou e sou a causa da minha temperança inconstante.

Soul a região atingida pelo meu El Niño particular.
Reviro-me a casa bagunçada que sempre fui,
antes mesmo da passagem do tornado.

Arrumo-me,
conserto-me,
reformo-me,
rodopio em poesia,
ventando em silvos
assovios pelas frestas da janela,

Entre descargas elétricas de pensamentos intempestivos,
ligo a tomada no 220,
assumo assistir as consequências de quem Eu Soul:

Soul arraso,
Soul ódio,
Soul afeto,
Soul parvo.

Soul o que me mostro na fachada,
Soul o que se entrega por não conseguir esconder
o que soul internamente fora das câmeras das vaidades.

A tempestade que também soul,
são as pinceladas
que pintam o quadro da minha bonança.




Em calmaria,




deixo a alma descansar,
depois de poetizar
tantas verdades ventiladas.

Quebrei já mil jogos de copos
por querer fazer caber as muitas águas tempestuosas de criatividade bruta.

A previsão do tempo indica um temporal vindo aí dentro.
Dissipe as nuvens cinzas, aproveite a chuva no corpo todo.
Tire a roupa.
O varal das cordas do seu coração,
precisa estar despido de pudor, culpa e vaidade.

Aproveite o banho amor que a alma precisa tomar e despertar.

No epicentro da tempestade,


vórtice para si.


E veja a profundidade
de tantas outras possibilidades
e personalidades
que se afunilam
em seu mais íntimo ser.

Quando chegar na calmaria
que há no meio da ventania,

- No olho do furacão,
o olhar era você.
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Manay Deô
Manay Deô - O Poeta Publicitário

Sou #poeta, brinco com #palavras e invento #palavrários como #redator de #poesiapublicitaria e Soul #Heterônimo criativo e #artista:



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