julho 01, 2021

O que sobrou do Natal

Festividades natalinas antecipadas a parte, passou longe de termos o que comemorar o que nos deteram de festejar o ano inteiro. A vida. Nasceu deus menino aonde, se mães se foram, se pais se foram, se irmãs e irmãos se foram. A paz se foi, há pás demais cavando covas coletivas, Belém, Belém, agora só se escuta sirenes e mais sirenes das ambulâncias que não dão conta de tanta gente passando dessa pior para pior morte. O espirito santo passou por aqui e foi apanhado e apanhou das fake news. É mentira que o diabo que ser pai dessa rede. O tecido do democratico social brrasileiro esgarçou, e tem gente ainda passando pano para falcatruas e genocídios. Tem os que lucram. Tem os só são trouxas mesmo. Mas Ambos matam. E quem é trabalhador de limpeza tá também morrendo, limpando o piso do hospital de ricos que abusam do direito de viver, abusando da morte de quem vive sem direitos. Tudo bem nada. Tudo mal todo mau encarnado colocou em tétricas praticas o plano bem arquitetado de morte e fome. Militares planos, diga-se de passagem passando sobre corpos de pretos, pobres, periféricos. Sem sorte a nossa. A gente pode até conseguir um troquinho com auxilio que nem pro gasto emergencial dá pra sobreviver, que dirá viver. Não tapa nem o buraco do dente que já caiu pela porrada de violência doméstica que só triplicou em tripartites violências: contra pretos, contra mulheres, contra indígenas e suas terras/matas originárias. A conta não fecha, a curva sobre, a crise aperta, o calo explode, o burguês safado delira em mar vermelho de grana, o trabalhador só sobra resistir ao afogamento de pesadelos que parece sem fim e, enfim, saímos para rua em protesto, em raiva direcionada a quem só sonhou com a nossa morte lucrar. Não realizo. Arrependidos choram. Que lidem com o caos e consequências, os que sabiam já cansaram de dizer que já sabiam, só querem saber de banir o falso mito pra sempre da vida politica e publica. Falso messias, com nome e sobrenome de quem ria corigamente profanamente rindo a risada escarnecedora do jair se acostumando a fazer o que sempre fez dele o que sempre foi: fraco, racista, fascista, machista e, quem diria, corrupto. Santa ironia, não é mesmo? Ladrão de meia tigela que chegou onde existe o pode de ouro da riqueza desse Brasil em brasa que só explora desigualdades crônicas, que só abisma quem ainda acredita em papai noel, terra plana. Que se queime sozinho, madito mito. Que a morte dele imite a vida que ele mesmo pregou em vida. A Morte imita a vida de quem imitou a morte de quem morreu sufocado. Que pague com a praga com a mesma moeda que ele mesmo plantou nas covas abertas que não dão conta de enterrar tanta história que poderia ser poupada com a vacina já criada. Vacina negada mais de cem vezes sem resposta. Viva o SUS, Sem privatização. O SUS é nosso, do povo, não deles. Vacina boa é no braço. Virou meme. Viraram de brincar de sommelier de imunizantes. Alucinados alienados em furar a fila para filar o direito de quem deveria vacinar primeiro. Virou merda generalizada pra todo mundo governado pelo intestino grosso desses asseclas. Vermes no plural, não se enganem pela entrega estética . Vermes também se disfarçam de terno, polo e outros embustes de politicagem neoliberal. Nem sendo verme escancarado, alguns ainda se ajoelham para se esgoelar com o falo falso desse podre poder. Pode ter mais disso do que nunca queríamos, mas teremos que passar por isso

soterrados nesse bloco de textos sobre o que sobrou do natal.

sei, tá difícil de ler. de escutar, que dirá viver.

Passe para baixo.

Este aí em cima dessa linha de texto sou eu.

com as mãos pro céu, sem saber se orando, se assuntado, se sustentando o bloco de texto em cima de mim, sobre todos que foram soterrados. é sinal de força ou fraqueza resistir assim, escrevendo sobrevivência. clamo calma e sigo perseguindo sanidade mental, corporal e espiritual para prosseguir perseguindo o meu melhor, para mim, para os meus, para os seus dos meus, para quem não quer parar e seguir em frente, enfrentando, ou parando pra descansar pra chorar, desabafar para se livrar quem nos fez desabar em sangue e lágrimas.

estou sob mais um bloco de texto e morte.

será que sobra mais alguma linha para saber sobre o que sobrou do natal?

Passe para baixo, assista e não desista. para passarmos juntos e bem, é preciso mais, mais, mais, maaaaaaiiiisssss resistência.

É isso. Segue o play.

O que sobrou do Natal

Faça o seu melhor: fracassar faz parte, assim como não desistir e pedir ajuda.

Vivemos tempos estranhos, onde as nuvens turvas dos medos de alguns, tentam bloquear o raio de sol das mudanças que sempre queriam brilhar e ainda resistem: diversidade, a voz e vez das mulheres, enfim, A LIBERDADE.

Nas redes sociais, as contra narrativas entortam muitos, que na busca de "conforto ideológico", preferem vestir-se de mentiras. A verdade ( e toda sua abstração filosófica) se torna apenas mais um dos milhares de memes. "VAMO RI, É SÓ HUMOR".

Tem dias que a gente se sente fraco. Derrotado pelos desafios. Não dá para vencer sempre. Mas os gráficos, os post de "autoajuda", os conselheiros financeiros que vendem aplicações de juros compostos como a liberdade e independência, os coaching, as metáforas engraçaralhas...

Tudo te diz digitalMente, genericaMente:

- vai lá, você consegue. Não desista.

A gente que tá na luta diária, já sabia disso, mas mesmo assim, aceita e acumula mais um dia de sobrevida, sem conseguir o que realmente queríamos:

- Só alguém para nos escutar. Sem mensagem, sem aforismos, sem nenhuma baboseira. Só me escuta. Preciso desabafar.

Mas te ver desabar parece ser o gozo de muitos. Mimimi, blá blá blá...

A gente acaba acatando.

"Seja batalhador", vociFera um conversador metido a conservador.

É o que muitaos de nós já fazem. Humildes, escutamos o conselho, desconfiados de que não há novidade nenhuma nisso, mas como a sociedade os fez crer que são ignorantes demais para entender as complexidades da vida, se sentem culpados por "não estar fazendo o bastante".

Então, vão lá e tentam fazer mais do que sempre fizeram e encontram escrito na parede da agência de emprego: Não há vagas. O desespero do desemprego virou pregação de pastor de LinkedIn. Exemplos e mais exemplos são jogados a esmo, fora de contexto, em apresentações bonitinhas (mas ordinárias).

A celebridade X virou Y. Sucesso.

O empresário A virou W.

Lucros a perder de vista.

Fórmulas mágicas para você preencher mais um formulário.

Só mais um.

E muitas vezes, o cara na plateia da palestra ou webinar, naquele momento da vida, só quer um emprego. Não que os exemplos não sejam válidos. Não que essas histórias de vida e superação não inspirem. Agora ele só quer um emprego, e fica envergonhado em confessar seu desespero com uma sonora prece:

- Pelo amor de Deus ou qualquer santo.

Eu, que aqui escrevo, tento ser o que continua de pé. Tento não ser o que abraça a contradição para se tornar quem ou que mais repudio. Por muito vezes, peco. Tento não perder a humanidade.

Tento não amputar minha empatia.

Tento. Tento tanto que às vezes confundo tentativa com tentações. Não posso falar pelos outros. Mas posso tentar escutar quem vem até mim, e no meu honesto otimismo, banco às vezes o tolo em pensar.

Alguém fará o mesmo por mim quando precisar. Você, por favor, te pede, tente ser esse alguém que escuta, que acolhe, que diálogo, que tenta entender os outros e eu.

Eu não posso te obrigar. Mas te prometo. Eu continuarei tentando ser tudo isso que agora escrevo, ajo e falo.

________________________
Loja Provisoriamente Eterno