Meu Pé de Jaboticaba


Os botões que ativam a doçura da imaginação, parecem aglomerações esféricas a escorrer pelos galhos da frondosa árvore. São como bolinhas de gude pretas, que magnetizadas, rolam sempre coladas até o tronco. Escorrem lentamente, como cagados besuntados de gordura, que tentam não cair do pau de sebo.

A pleno sol modesto, se espreguiça enquanto arvore para crescer. A plenos pulmões, se estica, aparecendo ainda mais frutífera em primaveras e verões. Ao seu redor, tudo parece lento, mas aos seus olhos pretos de Jaboticaba, é só o tempo dos ventos da natureza que espera para dar forma as rochas.

A árvore que não da frutos ou não dá sombra, não deve ser arrancada, pois, esta árvore nem existe

Numa piscadela de vida que segue, percebe-se que aos seus pés, ha mais vida pulsando nela, muito além do apenas as sementes de seus frutos. É o menino, que sentado em suas raízes, brinca de imaginar historias. A arvore sente pequenas cocegas e ri, quando o garoto arranca de seu tronco uma das tantas bolinhas pretas de seus frutos: um banquete para se desfrutar numa tarde de verão.

A arvore sente muito por não poder demonstrar a alegria de estar presente na vida do garoto. Mas sempre que escuta ele recitar a poesia que fez em sua homenagem, sempre  chora. Nessa hora, percebe-se algumas folhas caindo. Pode até perecer loucura, mas ha quem jure ver escrito em folhas no chão um muito obrigado.




Meu Pé de Jaboticaba

Você me viu dai de cima logo cedo enquanto eu corria e chutava a bola. Assistiu ao florescerde uma imaginação, enquanto rodeado pelos meus brinquedos, eu ousava lhe contar uma boa história.

Suas antigas raízes observaram o passar dos anos.

Tu és uma testemunha das façanhas da criança
E de um adolescente cheio de planos.


E o balançar de tuas folhas, sempre fizeram rima com as minhas mais intimas eintensas emoções.

Bom, ao completar mais uma volta ao redor do tempo, eu começo a perceber a lição:

- Hoje, eu estou aqui, pra dividir com você esta simples, porém, legitima compreensão.

A verdade desenhada nos meus traços, agora um ano mais envelhecido, revelam minha narrativa através de detalhes nunca antes por mim percebidos.

Você velho amigo, testemunhou o meu alvorecer. E muito antes que fosse capaz, tu já sabias:

- Eu sou o que sou. Pois, outro, eu simplesmente não poderia ser.

Minha raiz, assim como a tua, tem origem adocicada. Sou também um fruto do meu tempo. E em meu coração, tu, estes ou aqueles terão sempre uma morada:

- Eu, o Pé de Jaboticaba


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Anderson Prado
Anderson Prado Leão - O Imagicionista

Se a imaginação é a chave que destranca o conhecimento, o que faço é contar a história do chaveiro:



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